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Operação Bunkers: suspeito de liderar facção vivia em casa-fortaleza em Gravataí

Um alvo foragido, uma casa fortificada com câmeras, cães pitbull e paredes de aço em Gravataí, e condomínios transformados em redutos do tráfico e do cárcere privado. Esses foram os elementos centrais da Operação Bunkers, deflagrada pela Polícia Civil do Rio Grande do Sul nesta terça-feira (20), em Canoas, na Região Metropolitana de Porto Alegre.

A ação, que cumpriu 57 mandados judiciais, expôs a estrutura de duas facções criminosas que mantinham moradores reféns do medo em condomínios populares dos bairros Mathias Velho e Guajuviras.

Um dos alvos da operação, suspeito de comandar o grupo que dominava o condomínio do Mathias Velho, escapou da polícia após romper sua tornozeleira eletrônica às 2h45 da madrugada. Ele permanece foragido, mas seu esconderijo em Gravataí revelou o nível de preparo para desafiar o Estado: o imóvel tinha muros altos com concertina (arame farpado), câmeras de vigilância, cães da raça pitbull e paredes reforçadas com chapas de aço.

“Isso mostra a sofisticação do crime organizado”, afirmou Cristiano Reschke, diretor da 2ª Delegacia Regional.

Bunker I: o império do tráfico e da lavagem

Coordenada pela delegada Luciane Bertoletti, da 3ª DP de Canoas, a primeira fase da operação mirou um condomínio com mais de 4.800 residentes, controlado por uma facção ligada a grupos do Vale do Rio dos Sinos. Entre os achados:

: Controle total: Os criminosos comandavam não apenas o tráfico de drogas, mas também empresas de limpeza, vigilância e uma imobiliária suspeita. Líderes presos continuavam a dar ordens de dentro de celas.

: Lavagem milionária: Dinheiro sujo era mascarado por transferências fragmentadas, contas em múltiplos bancos e “laranjas” sem profissão declarada. “Eles simulavam transações acima da capacidade financeira real”, explicou Bertoletti.

: Hierarquia rigorosa: Membros tinham funções específicas, de logística a embalagem de drogas, usando aplicativos criptografados para comunicação.

Bunker II: cárcere privado e guerra ao estado

No segundo alvo, investigado pela 1ª DP sob comando do delegado Marco Guns, a operação revelou um caso chocante de sequestro por vingança faccional:

: Terror doméstico: Em dezembro de 2023, uma mulher e seus dois filhos (um deles autista) foram mantidos em cárcere privado por cinco dias. Os criminosos trancaram as crianças e monitoraram o cativeiro por videoconferência. A vítima só foi liberada após alegar mudança de estado.

: Ataque às viaturas: Dias após o sequestro, o mesmo condomínio foi palco de um confronto entre PMs e moradores, que atacaram as viaturas com tiros e fogos de artifício. Onze carros foram incendiados em retaliação.

: Domínio paralelo: “O local é uma mina de ouro para o tráfico. Moradores pagam taxas ilegais e convivem com armas e drogas à vista”, disse Guns.

Resultados e o silêncio dos moradores

Ao todo, sete pessoas foram presas, além do bloqueio de contas bancárias e apreensão de provas. A operação, porém, escancarou o medo que mantinha os moradores em silêncio: muitos eram coagidos por ameaças ou “benefícios” ilícitos, como redução de aluguel.

Para as autoridades, o desmantelamento é só o primeiro passo. “Queremos devolver a normalidade a essas comunidades”, afirmou Bertoletti. Enquanto isso, a caça ao líder foragido continua — um símbolo da resistência do crime em um estado que luta para retomar seu território.

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